O racismo é fruto de relações de dominação historicamente determinadas e constitui todo um imaginário social que por muito tempo tem sido reforçado pelo sistema educacional. Diferente do que muitos acreditam, ele transcende a esfera de ação individual indo além de agressões físicas ou verbais por causa da raça/ etnia de determinada pessoa ou grupo.

A escola é uma instituição destinada a formar cidadãos em todos seus aspectos, mas não é indiferente ao que acontece no contexto social. É no interior das instituições escolares que acontece o processo em que os indivíduos se tornam sujeitos, por isso a escolarização está diretamente ligada aos interesses e rupturas sociais.

O racismo que atua dentro das instituições é denominado por alguns pesquisadores como Racismo Institucional. Ele se manifesta de forma mais sutil nas escolas, mas não deixa de ser nocivo a toda comunidade escolar, principalmente quando não há espaço no Projeto Político Pedagógico para uma real intervenção sobre a desigualdade racial.

Grande parte das instituições escolares possuem regras e padrões racistas que consequentemente reforçam a negação e invisibilização das tradições, costumes e filosofias africanas, através de um currículo eurocêntrico e livros didáticos com a presença de personagens negros assumindo papeis subalternos, corrompidos e estereotipados.

O âmbito educacional tem absorvido e disseminado ideologias racistas com intuito de manipular o pensamento científico para servir a um processo de inferiorização de povos não brancos, por isso é dever da escola ressignificar a forma como os saberes são produzidos, organizados, selecionados, transmitidos, avaliados e distribuídos.